segunda-feira, 22 de outubro de 2012

CRISTIANISMO SIMPÁTICO



“Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram” Romanos 12,15.

“Lembrai-vos dos prisioneiros, como se vós fôsseis prisioneiros com eles, e dos que são maltratados, pois também vós tendes um corpo.” Hebreus 13,3

Jesus nos ensinou a “regra de ouro” afirmando e vivendo conforme o preceito de fazer aos homens tudo aquilo que gostaríamos que fizessem a nós (Mateus 7,12). Claro que não pretendo reduzir o poder do Evangelho, nem mesmo a fé cristã a um modo de se comportar, pois a ética cristã só existe pelo fundamento na fé no Senhor Deus, santo e todo poderoso, em seu Filho Jesus Cristo e no Espírito Santo.

O que importa neste momento é ressaltar a expressão empática e simpática do cristianismo.  Segundo a regra de ouro, nós devemos agir conforme aquilo que é bom para mim e para o outro. Mas para isso acontecer é necessária uma conformidade de sentimentos, uma simpatia entre ambos; pois não pense que basta saber o que é bom pra mim e fazê-lo ao outro, já que nem sempre o que é bom para o outro é bom pra mim também e vice-versa.

Pelas diferenças pessoais e divergências de opinião, pode parecer que nunca haverá acordo entre as pessoas. Mas há, em Cristo, a possibilidade desta comunidade se realizar. Os versículos citados acima, de Romanos e de Hebreus, apresentam um modo tão simples de vivermos a orientação dada por Jesus.

Chorar com os que choram e alegrar-se com os que se alegram, mais do que uma expressão de simpatia, é uma forma de empatia. É o exercício de se colocar na pele do outro, uma capacidade humana tão natural, mas dada por Deus e por Ele promovida.

Comece por lembrar que as mesmas aflições do próximo podem ter sido as suas, ou algum dia poderão ser. Lembre-se do outro como se ele fosse você, pois ele de fato é; já que em Cristo não há mais essa diferença.

domingo, 30 de setembro de 2012

SOLTANDO O VERBO



“Sabe, porém, o seguinte: nos últimos dias sobrevirão momentos difíceis. Os homens serão egoístas, gananciosos, jactanciosos, soberbos, blasfemos, rebeldes com os pais, ingratos, iníquos, sem afeto, implacáveis, mentirosos, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres do que de Deus; guardarão as aparências da piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Afasta-te também destes.” 2Timóteo 3,1-5

Hoje em dia tem se tornado comum classificar um autor por um pequeno trecho de sua obra, que, apesar de representativo, não expressa a total complexidade de seu pensamento. Querem censurar Monteiro Lobato e até Machado de Assis classificando-os de racistas e coisas piores.

Os politicamente corretos se apressarão em taxar o apóstolo Paulo de fundamentalista e preconceituoso ao lerem o capítulo três da segunda carta a Timóteo. Não sem razão, pois sua interpretação é reducionista e falaciosa. Reducionismo que tem se tornado comum, mas que leva à corrupção e também à distorção da Palavra de Deus.

O Apóstolo continua: “Pois virá um tempo em que alguns não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, segundo os seus próprios desejos, como que sentindo comichão nos ouvidos, se rodearão de mestres. Desviarão os seus ouvidos da verdade, orientando-os para fábulas” (2Timóteo 4,3-4). Parece que Paulo fala diretamente conosco e estas palavras não poderiam ser mais atuais. Ele solta o verbo, não mede palavras, mas as usa como terapia.

Depois de anunciar a diagnose profética, elas agem como um remédio, restabelecem a saúde e o equilíbrio espiritual. Desse modo, o Senhor prescreve: “Tu, porém, permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como certo; tu sabes de quem o aprendeste. Desde a tua infância conheces as sagradas Letras; elas têm o poder de comunicar-te a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus” (2Timóteo 3, 14-15). Guardemos a Palavra.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

ONDE ESTÁ O SÁBIO?



“Onde está o argumentador deste século? Deus não tornou louca a sabedoria deste século? Com efeito, visto que o mundo por meio da sabedoria não reconheceu a Deus na sabedoria de Deus, aprouve a Deus pela loucura da pregação salvar aqueles que crêem. Os judeus pedem sinais, e os gregos andam em busca de sabedoria; nós, porém, anunciamos Cristo crucificado, que, para os judeus, é escândalo, para os gentios é loucura, mas, para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, é Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Pois o que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens, e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” 1Coríntios 1,20-25

No presente trecho, o Apóstolo faz uma contraposição da sabedoria de Deus e a sabedoria segundo os homens. No capítulo dois da mesma carta ele ressaltou que sua pregação aos Coríntios nada tinha da persuasiva linguagem de sabedoria, mas era uma demonstração de Espírito e poder, para que a fé daqueles se baseia-se no poder de Deus e não na sabedoria dos homens (1Co 2,4-5).

Este contraste continua a aparecer nos versos seguintes, nas expressões: sabedoria de Deus e sabedoria deste mundo; homem psíquico e homem espiritual; sábio e louco. Paulo alerta, ninguém se iluda julgando ser sábio aos olhos do mundo, pois a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus (1Co 3,18-19).

Seguindo o desejo insaciável por sucesso, aplicamos à igreja, e à própria vida, as dicas dos gurus da auto-ajuda, as experiências de outros, e até o conhecimento científico. Está na moda aplicar ao dia a dia a física quântica (quem sabe o que é isso!?).
Ao que crê basta a sabedoria de Deus. Para ser sábio basta ser fiel e não ir além do que está escrito (1Co 4,2 e 6).

terça-feira, 28 de agosto de 2012

QUAIS SÃO SUAS PREMISSAS?




Recentemente vi um debate no qual todos estavam um pouco exaltados, pois discutiam um polêmico assunto. Depois de várias falas, eis que levantou uma voz que ao clamar por clareza e coerência definiu as premissas sobre o objeto em questão. Certamente isso ajudaria em qualquer debate, mas estabelecer as premissas também limita o diálogo, pois não se poderá mais repetir bobagens sem compromisso algum. A despeito de tais premissas o debate seguiu, pois não havia interesse em se acertar os ponteiros.

Somos alertados por filósofos e teólogos que um pequenos desvio no início de um pensamento pode levar a um grande erro no final. O que também pode resultar em ações erradas, desviantes e pecaminosas. Reconhecer as próprias premissas é saber onde se pisa. Reconhecer o fundamento é também saber para onde se vai. É reconhecendo Cristo como nosso fundamento que sabemos para onde estamos indo.

“Já estou crucificado com Cristo. Vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim. Minha vida presente na carne, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gálatas 2:20-21). É dessa premissa que devem partir todos os nossos pensamentos e ações. Tudo tem que passar por este crivo, pois quando nos recusamos a aceitar o que Cristo estabeleceu rejeitamos a premissa maior, o próprio Jesus.

De fato, Cristo é muito mais do que uma frase ou qualquer pensamento que usamos em um debate. Ele é caminho, a verdade e a vida e ninguém poderá ir ao Pai a não ser por ele. Ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto (1Coríntios 3:11). Portanto reveja suas premissas.

LIVRES PARA SERVIR




“É para liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei firmes portanto, e não vos deixeis de novo ao jugo da escravidão.” Gálatas 5:1

Escrevendo aos Gálatas, o Apóstolo Paulo exalta o fato de que todo aquele que crê em Cristo vive livre. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” ele afirma, e quando escreveu aos Colossenses foi ainda mais direto: “Se morrestes com Cristo para os elementos do mundo, por que é que vos sujeitais, como se ainda vivêsseis no mundo, a proibições como não pegues, não proves, não toques? Tudo isso está fadado ao desaparecimento por desgaste, como preceitos e ensinamentos dos homens.” (Col 2:20-22)

Até nos parece que podemos viver a fazer qualquer coisa que nossa vontade quiser. Esta é uma falsa impressão e uma distorção do Evangelho. Dentre os cristãos parece haver uma tendência crescente de se dar asas à liberdade e usá-la para satisfazer os próprios deleites. Tem sido comum o hábito de se resolver os dilemas assim: se estiver bom para ambas as partes, então tudo está certo. No entanto, nossa liberdade é guiada por e para Cristo. Tendo sido ressuscitados com Cristo procuramos as coisas do alto, nelas pensamos e por elas nos guiamos (Col 3:1-2).

Lembremos que Paulo esclarece que a liberdade não deve servir de pretexto para atender aos nossos próprios desejos, nem deve atender às aspirações da carne. No uso da liberdade que Cristo nos deu, nos colocamos à serviço uns dos outros por amor, pois todo mandamento se cumpre em amar ao próximo como a si mesmo (Gl 5:13-14).

Somos livres sim. Para amar, servir, viver e aproveitar tudo o que há de bom. Para isto, basta conduzir a vida pelo Espirito, pautar todas as ações pelo Espírito (Gl 5:25). No uso da liberdade devemos simplesmente viver como Cristo.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

QUEBRANDO PEDRAS


“Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Coríntios 10:31).
“Que fazer irmãos? Quando estais reunidos, cada um de vós pode cantar um cântico, proferir um ensinamento ou uma revelação, falar em línguas ou interpretá-las; mas que tudo se faça para a edificação!” (1Coríntios 14:26)

Nos dois trechos acima, o Apóstolo Paulo remete à prática dos preceitos de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, dados por Jesus (Mateus 22:37-39). Todas as nossas ações devem ter por objetivo a glorificação de Deus e a edificação do meu próximo. Mas nem sempre temos essa boa disposição nas tarefas que realizamos no dia-a-dia.

Um peregrino estava pelo caminho e então se deparou com um homem a quebrar pedras. Ao perguntá-lo sobre o propósito daquele trabalho, o homem esbravejou que não havia coisa melhor pra fazer, que era um miserável e continuou a reclamar de sua condição. O peregrino seguiu viagem.

Não demorou muito para encontrar outro homem a realizar a mesma tarefa. O peregrino então perguntou se ele estava quebrando pedra. Apesar de tão óbvia resposta o homem respondeu vigorosamente que na verdade estava a ganhar o sustento de sua família. Aproveitando a pausa conversaram um pouco mais e o peregrino continuou seu caminho.

Para sua surpresa, o peregrino se deparou com mais um pedreiro. Chegou até a imaginar a resposta do homem, ainda assim perguntou o que ele estava fazendo. Ao virar-se, com um sorriso no rosto, o homem disse: “Estou construindo uma grande catedral!”

“Assim, irmãos bem-amados, sede firmes, inabaláveis, fazei incessantes progressos na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.” (1Coríntios 15:58)

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A PEDRA VIVA




Na Palavra de Deus várias imagens metafóricas são atribuídas a Jesus para explicar suas qualidades. Uma das mais recorrentes e populares é a de Jesus como rocha. Tal imagem nos remete diretamente a ideia de fundamento e estabilidade, tal qual aparece em trecho do Evangelho (Mateus 7, 24).

Os apóstolos Pedro e Paulo também falam de Cristo como pedra angular (confira abaixo). A expressão contém dois sentidos: a de pedra fundamental e a de pedra de esquina. Jesus como pedra fundamental representa a base, o firme fundamento da vida de todo cristão; como pedra de esquina, aquela que dá o ângulo de contorno, do desenho do edifício, Ele dá forma ao nosso viver.

Como pedra fundamental, Jesus é o início de toda obra. Como pedra de ângulo, Ele dá traça toda a arquitetura, o fim da obra. E ainda mais, como pedra viva Ele movimenta a obra, não deixando que ela permaneça estática.

A orientação do apóstolo Pedro é que também sejamos pedras vivas, seguindo a mesma forma de Jesus.

1PEDRO 2, 4-6.
“Chegai-vos para ele, a pedra viva, rejeitada, é verdade, pelos homens, mas diante de Deus eleita e preciosa. Do mesmo modo, também vós, como pedras vivas, constituí-vos em um edifício espiritual, dedicai-vos a um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus por Jesus Cristo. Com efeito, nas Escrituras se lê: ‘Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; quem nela crê não será confundido’.”

EFÉSIOS 2, 20-22.
“Estais edificados sobre o fundamentos dos apóstolos e dos profetas, do qual é Cristo Jesus a pedra angular. Nele, bem articulado, todo o edifício se ergue como santuário santo, no Senhor, e vós, também, nele sois co-edificados para serdes habitação de Deus, no Espírito”.